“Investigadores defendem aceleração nas notificações de reações adversas às vacinas”
Neste momento, cerca de 70% da população adulta já foi vacinada contra a Covid-19 em Portugal. No entanto, tem havido uma força por parte dos Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) para as unidades de saúde e outros serviços de atendimento urgente acelerarem a notificação das reações adversas às vacinas para esta doença.
Jorge Polónia, coordenador da Unidade de Farmacovigilância do Porto, afirmou em declarações à agência Lusa ser “urgente acelerar a notificação das reações adversas às vacinas contra a covid-19”. “Para termos segurança nas vacinas, temos de ter informação. Sabemos que as vacinas são seguras na grande maioria das pessoas, só que há muitos milhões de pessoas a serem vacinadas. Em Portugal, tivemos quase 8 500 reações adversas, isso indica uma taxa de incidência na ordem de um para mil”, afirmou.
A farmacovigilância tem um papel extremamente importante. No entanto, esta situação trata-se de uma excepção à regra, no sentido em que num curto período de tempo um enorme número de pessoas foram vacinadas, tornando-se mais difícil assimilar todas as notificações recebidas pela UFPorto.
Segundo Jorge Polónia, atualmente existem “dois problemas”: a “chegada do sinal [informação]” e o “processamento do sinal”, para os quais é fundamental a disponibilidade de “recursos humanos”.
Para responder à primeira situação, a UFPorto sensibilizou o INFARMED para a criação de postos designados apenas para a notificação de casos adversos, em vez de serem os médicos, que só o fazem quando têm disponibilidade – permitindo ter dados em tempo real que ajudam a suportar as decisões das autoridades de saúde.
Em relação ao processamento do sinal, “os investigadores recomendam por isso a implementação de programas de farmacovigilância ativa, intensificação da monitorização das populações mais vulneráveis, a realização de campanhas de sensibilização e um aprofundamento da comunicação com profissionais de saúde, doentes e instituições.”. Esta melhoria no sistema de farmacovigilância é algo necessário agora e no futuro, uma vez que vai ser necessário re-vacinar a maioria das pessoas.
Fonte: Diário de Notícias